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terça-feira

Igrejas Evangélicas - Propaganda e Excedente do Consumidor

Com toda certeza, as igrejas conhecidas por evangélicas, possuem algum tipo de mensuração, para avaliar a arrecadação das mesmas, versus seu tempo de televisão, isto sem contabilizar a otimização do mesmo tempo, via aquisição direta de canais, eliminando assim a intermediação. Quanto mais tempos os pastores tem na telinha, diretamente proporcional, deve crescer o rebanho e a contribuição deste, ou seja, o produto é vendido e comprado. Este tempo televisivo, seria a propaganda, medida em sua eficiência por um coeficiente chamado "elasticidade de propaganda", em bom português, o quanto a propaganda influencia (ou não) o aumento do consumo.
Um breve parêntese de economes: Mas por que nem todas as empresas investem em propaganda? Uma empresa perfeitamente competitiva não tem razões para investir, porque adota o "preço de mercado", como premissa para vender o que produz, por essa razão, produtores de milho, soja, etc., não fazem propaganda.
Pulando demais informações matemáticas (porém, academicamente fundamentais), a dificuldade na aplicação de "regras para propaganda", está justamente na disponibilidade de informações sobre esta "elasticidade de propaganda" citada. Intuitivamente, porém, até os que não sentaram nos bancos escolares da economia, podem perceber que qualquer empresa deve investir (muito) em propaganda quando a demanda for muito sensível a propaganda ou a demanda não é muito preço-elástica, calma, vamos lá, no caso de alguns produtos, a publicidade amplia o mercado, atraindo uma grande gama de consumidores, se a propaganda puder ajudar a vender mais, ela provavelmente justificará seu custo, obviamente atrelado este vender mais a sua receita marginal.
Uma estratégia de preços tem por objetivo ampliar a base de clientes para os quais a empresa pode vender e captar o máximo possível de excedente do consumidor. Existem diversas formas de se atingir estes objetivos e eles normalmente envolvem a determinação de diversos preços.
Por definição, excedente do consumidor é a diferença entre o preço que um consumidor estaria disposto a pagar por uma mercadoria e o preço que realmente paga ao adquirir a mercadoria. O comerciante tem por objetivo, "capturar" este excedente para si, e não deixando este "excesso" para o próprio consumidor. Tome por exemplo a venda de um carro, que custa em média 20 mil (preço de mercado), o consumidor estaria disposto a pagar por ele até 21,5 mil, porém se o vendedor, com base em seus argumentos, consegue vender este carro por 23 mil, conseguiu para si um excedente do consumidor de 1,5 mil, por outro lado, se o comprador se mostra um bom negociante e consegue reduzir o preço final para 19,5, este sim, conseguiu um excedente de consumidor de 2 mil. Fecha parêntese.
Nas igrejas evangélicas ocorre o mesmo, vide um culto (entre tantos iguais) que me foi relatado: Um pastor pergunta quem teria 10,00 para "dar", com parte da audiência dando este valor, em seguida ele questiona quem tem realmente Deus no coração e teria 50,00 para "contribuir" em nome "do senhor", após a colheita, volta a carga e quer saber quem deseja "Jesus ao seu lado", devendo assim "entregar a carteira aos irmãos" (que estão na colheita), assim acontecendo, vemos que o pastor está praticando simplesmente microeconomia, capturando o excedente do consumidor, pois quantos fiéis foram dispostos naquele dia, a contribuírem somente com 10,00 e acabaram deixando todo o seu dinheiro? Finalmente, o pastor perguntou quem tinha talão de cheques e que verdadeiramente a fé seria provada, deixando um cheque pré-datado para o dia do pagamento...